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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Palácio de Seteais - do séc. XVIII ao séc. XXI - Parte IV


© Pesquisa e texto: O Caminheiro de Sintra
Vídeo: Câmara Municipal de Sintra
Imagens: autor Flickr Ivo Gomes




  O Palácio de Seteais foi construído entre 1783 e 1787 para o cônsul holandês Daniel Gildemeester, em terras concedidas – não se sabe por que razão - por Sebastião Carvalho e Melo (o Marquês de Pombal) ao primeiro, no lugar que à altura tinha por nome Campo do Alardo.

  Daniel Gildemeester escolheu a beira de uma elevação para construir o dito palácio, local de onde a vasta paisagem ao redor da Serra de Sintra podia ser admirada. O palácio foi então construido, sendo rodeado por um amplo jardim com árvores de fruto.

  Em 1797, alguns anos após a morte do cônsul, a viúva Gildemeester vendeu o Palácio de Seteais a Diogo José Vito de Menezes Noronha Coutinho, V Marquês de Marialva.

  A estrutura foi então ampliada entre 1801 e 1802, provavelmente pelo arquitecto neoclássico José da Costa e Silva, autor do Teatro de São Carlos, em Lisboa. O Palácio de Seteais foi transformado num edifício simétrico em forma de “u”, com a casa do cônsul a tornar-se após a remodelação, numa das asas do “u”.  Serviu a dita ampliação para que o V Marquês de Marialva tivesse os aposentos para a sua família.

O Palácio de Seteais com o seu
antigo fronteiro campo Centeais

  A cornija dos edifícios que compõem a fachada principal do Palácio de Seteais foi então decorada com motivos típicos do neoclassicismo, como vasos, bustos e relevos de guirlandas. Os jardins do Palácio de Seteais foram também remodelados, esses porém seguindo as tendências românticas.

  A nova e a antiga asas foram ligadas em 1802 por um arco de estilo neoclássico, construído em homenagem ao Príncipe Regente D. João VI e à Princesa Carlota Joaquina, que haviam visitado o Palácio de Seteais naquele ano de 1802. O arco triunfal foi decorado com as efígies de bronze do par real e uma comemorativa inscrição em latim, sendo toda esta obra do arco do triunfo do Palácio de Seteais, atribuída ao arquitecto Francisco Leal Garcia.

  As paredes de várias salas interiores do Palácio de Seteais foram decoradas com frescos atribuídos ao pintor francês Jean Pillement e a seus discípulos. Os motivos aí presentes incluem vegetação exótica e criaturas mitológicas, produto típico do neoclassicismo.

  Na parte detrás do Palácio de Seteais, socalcos formavam um jardim de buxo, indo a paisagem deste desde o Oceano Atlântico até se perder nas terras saloias a norte de Sintra.

As sebes de buxo no jardim do Palácio de Seteais

  Do casamento de Dom Diogo José Vito com Dona Margarida Caetano de Lorena, filha do IV Duque do Cadaval, nasceram quatro filhos, a mais nova dos quais - Joaquina de Menezes - sucedeu ao V Marquês de Marialva na posse do Palácio de Seteais.

  Dona Joaquina de Menezes, mais tarde Marquesa do Louriçal, morreu viúva em 1846, não deixando ascendência ou descendência, pelo que toda a sua propriedade passou para seu sobrinho, Dom Nuno José de Moura Barreto, I Duque de Loulé e à altura futuro Grão-Mestre da Maçonaria Portuguesa.

  Depois de ter mudado de donos várias vezes, o palácio foi por fim adquirido pelo Governo Português em 1946.

  Actualmente, o Palácio de Seteais tem sido usado como um hotel de luxo da cadeia Tivoli, desde 1954, tendo felizmente as suas características originais sido preservadas.


© O Caminheiro de Sintra